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Mercado futuro de juros descarta um novo aumento na taxa Selic

Mercado futuro de juros descarta um novo aumento na taxa Selic

No pregão de ontem, os contratos de juros futuros voltaram a cair.

Autor: Eduardo CamposFonte: Valor EconômicoTags: juros

Se ainda existia alguma dúvida de que o atual ciclo de aperto monetário chegou ao fim, ela não existe mais. Pelo menos é essa a sinalização dada pelo mercado de juros futuros e títulos públicos. No pregão de ontem, os contratos de juros futuros voltaram a cair.

Chamou atenção a grande liquidez no contrato de outubro de 2010, que concentrou mais de um terço dos negócios e das apostas sobre o que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará na reunião de 1º de setembro. O contrato caiu 0,02 ponto, e fechou a 10,67%.

Outra sinalização que vai ao encontro à percepção de fim de ciclo vem do mercado de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F). Ontem, o Tesouro vendeu 9,4 milhões desses títulos ou R$ 8,39 bilhões. E as taxas médias de rentabilidade voltaram a recuar. As LTNs com vencimento em 2001 e 2012 foram vendidas a 11,18% e 11,45%, em comparação às taxas de 11,48% e 11,86% ao ano da última oferta.

Segundo o sócio da Platina Investimentos, Marco Franklin, já havia vários sinais apontando para a estabilidade da Selic em 10,75%, a começar pela própria ata do Copom e as declarações recentes do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Segundo Franklin, após a manchete de ontem do Valor, mostrando que a inflação abaixo do previsto deve encerrar a alta de juros, ficou ainda mais claro que a probabilidade de alta está próxima de zero. O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal, também compartilha dessa visão e aposta na manutenção da taxa.

Os vencimentos mais longos dos contratos no mercado futuro de juros também indicam um movimento de baixa nas taxas. O contrato com vencimento em janeiro 2012, por exemplo, fechou em queda de 0,04 ponto, a 11, 22%, a menor taxa do ano.

Mas não poderia ser diferente, diz Franklin, pois não faz muito sentido esperar que o BC retome o aperto monetário em 2011.

Historicamente, lembra o sócio da Platina, quando o BC interrompe um ciclo de alta é porque a taxa está em patamar suficiente. Então, provavelmente, o próximo movimento é de queda na taxa básica.

"Assim que o fim do ciclo for confirmado e conforme forem saindo dados mostrando que a inflação converge para a meta e a atividade roda em ritmo mais sustentável, essa curva vai fechar mais", diz o especialista.

Já Leal, do ABC Brasil, não descarta que o mercado passe a trabalhar com queda da Selic em 2011, mas ainda existem muitas interrogações que devem impedir uma aposta maciça nisso.

Para o economista, duas coisas têm que acontecer antes se pensar em juros mais baixos. Primeiro, qual será a nova diretoria do Banco Central.

Segundo, qual será o nível de atividade no mercado externo. "Se continuar essa expectativa de juros baixos no mundo todo, vai ser difícil ver a curva empinar por aqui."

Outro ponto de interrogação que permeia o cenário é o preço das commodities. Para Leal, o BC está correto em pensar em influência deflacionária via matérias-primas, mas as commodities podem se comprar como ativo de risco, gerando até bolhas de preços, o que, obviamente, prejudicaria a inflação.

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